Vida de Urso - Capa do livro

Vida de Urso

E. Adamson

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Chapter
15
Age Rating
18+

Summary

Taylee Harris has been raised by wolves. Now that she’s eighteen, she is preparing to reach maturity as a wolf herself—until a mysterious incident in the woods one night leaves her unconscious and bloodied. The young man, Tavis, who nurses her back to health, tells her he is a bear...and so is she. Upon this revelation, Taylee must navigate a new world of allies and adversaries who all want to claim her for their own, all the while growing in love and adoration for her one true mate.

Age Rating: 18+

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30 Chapters

Chapter 1

Despertar

Chapter 3

Orson

Chapter 4

Desajuste
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Despertar

TAYLEE

Ela sabia que estava sozinha, e que também não estava.

Mesmo antes de acordar, ela sabia disso. Depois que seus olhos se abriram, eles confirmaram o que ela já sabia.

As copas das árvores eram indistinguíveis na escuridão espessa.

Ela levantou a cabeça, que por sua vez latejou. Sua respiração explodiu em inspirações curtas e rasas, embora ela se sentisse como se estivesse cavando dentro dela em busca de ar.

Um olhar para baixo – até isso foi uma conquista, devido à dor pulsante na base de seu crânio – e ela descobriu que estava com ainda mais problemas do que havia calculado anteriormente.

Dado que ela não usava nada além de sua roupa íntima, ela deveria estar meio congelada. Mas sua pele estava muito diferente para ela registrar o frio.

Porque estava coberta de sangue.

Ela procurou nos recessos de sua mente por um nome, um local, qualquer informação de identificação.

Nada.

Mas ela havia escapado de alguma coisa. Algo que ainda estava lá fora. Algo que ansiava por sua vida.

Se ela pudesse lembrar o quê ~…

Ela tossiu. Ela meio que esperava que o sangue vazasse de seus pulmões. Graças a Deus não aconteceu.

O fogo em sua cabeça tinha se reduzido a brasas. Suficiente para deixá-la se levantar, devagar, trêmula, como se fosse uma criança aprendendo a se sustentar pela primeira vez.

Ela não confiava em si mesma para correr. Mas os sons que ela estava apenas começando a ouvir lhe diziam que ela tinha que correr.

Uivos. Zurros.

Pé direito na frente do pé esquerdo na frente do pé direito na frente do pé esquerdo. Pé direito, pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo, como uma canção de ninar deformada. Algo que sua mãe poderia ter cantado para ela há muito tempo.

Quem era a mãe dela?

Quem era ela?

Outro uivo, longo e insistente.

Lobos.

Pé direito, pé esquerdo, mais rápido, mais rápido—

Taylee.

Ela era Taylee. Taylee Harris.

Pé direito-

Taylee Harris. Dezessete anos de idade.

Pé esquerdo-

Não, dezoito. Dezoito anos, desde 31 de agosto, três semanas atrás.

Uivos.

Levaria tempo para se ajustar à sua nova idade. Mas agora, entre evitar a morte e lembrar exatamente quem ela era, ela não podia pensar muito em mais nada.

Ela tropeçou e caiu, cortando o joelho no que deve ter sido uma pedra pontiaguda. Instintivamente, contra seu melhor julgamento, ela gritou de dor.

O som perfurou a noite, destacou-se contra os uivos. Um pequeno som. Um som humano.

Ela odiava gritar. Mas ela fazia muito isso.

Ela não podia evitar ter medo das coisas.

Da maioria das coisas, se ela fosse honesta consigo mesma.

O sangue estava se acumulando, ela podia sentir. Mas ela tinha que continuar se movendo.

Agora, ela estava com frio. O sangue seco fazia com que cada membro dela parecesse estranho, mas não conseguia mais manter o vento afastado. Ela mancou o mais rápido que pôde.

Os uivos estavam desaparecendo? Seus ouvidos poderiam tê-la enganado?

Muito provavelmente, eles a estavam enganando. Ela não confiava em seus ouvidos, nem um pouco. Na verdade, nesse momento, ela poderia dizer que nunca confiou menos em qualquer um de seus sentidos.

E apenas dezoito anos.

Ela podia ver as manchetes, o obituário.

Eles brilharam diante de seus olhos, mais dolorosos do que qualquer pulsação na cabeça.

Se ela não sobrevivesse, se ela morresse aqui, sua família não teria ideia...

A família dela.

Quantos deles existiam?

Três. Existiam três.

Apenas lembrá-los aliviou um pouco do medo.

Pensar em todos eles?

Não, muito trabalho para um cérebro em recuperação. Um por um, então.

Pai. Nathaniel. Amava xadrez. Cantava ópera lindamente, mesmo que tivesse que inventar palavras que soassem italianas.

De todas as coisas para lembrar.

Mãe. Gretchen. Sempre ajudou Taylee com sua lição de matemática. Tinha recentemente começado a praticar tiro com arco.

Alguma lembrança útil? Seria pedir demais?

Pé direito, pé esquerdo — ela estava rápida agora.

Talvez rápida o suficiente para sair viva. Não ilesa, mas viva.

Irmã. Charlotte. Onze anos. Sabia demais para sua idade. Aqueles olhos. Muito sábios. Muito tristes.

Ah, Charlotte. sinto sua falta.

Como ela poderia sentir falta de alguém que ela estava apenas começando a se lembrar novamente?

Sua família eram todos lobos.

Mas ela nunca tinha ouvido nenhum deles uivar assim.

Continue correndo. Não pare. Nem vacile. Meio segundo, meia hesitação, e tudo pode acabar.

Se ela sobrevivesse a isso, falaria loucamente consigo mesma pelo resto da vida.

As pessoas pensariam que ela era louca.

Ninguém iria acasalar com ela.

Ninguém sequer tentaria.

Não que isso importasse até que ela pudesse mudar para sua forma de loba para começar. Ela nunca tinha visto como ela era como uma loba. E ela estava ficando impaciente.

Como ela poderia insistir nisso em um momento como este?

Um barulho ~de galhos esmagados não muito atrás dela.

O pânico tomou conta de seu coração.

Ela se virou. Nada à vista.

Seus olhos estavam se ajustando. Talvez ela pudesse confiar neles depois de tudo.

Um pouco.

Mesmo assim, ela não reconhecia esta floresta. Claro, ela tinha muito de seu estado natal para explorar - seja lá qual estado que fosse...

Direita, esquerda, direita, esquerda, corra, corra, corra—

Ela se dirigiu na voz de sua mãe. Como algo saído de Mamãe Ganso.

Direita, esquerda, direita, esquerda, corra, corra, corra. Direita, esquerda, direita, esquerda, até terminar.

Washington.

Era isso.

Olympia ~, Washington.

Bem, isso não ~era Olympia, Washington.

O que significava que era... onde?

Sem uivos.

Sem uivos. Ela forçou seus ouvidos vergonhosamente humanos. Nenhum para ser ouvido.

A dor no joelho estava diminuindo, mas a dor na cabeça estava voltando.

Ela se pegou desejando desesperadamente poder ver as horas.

Se ela soubesse a hora, poderia determinar quanto tempo faltaria até o amanhecer.

Mas sem estrelas. Nenhuma lua. E nada de uivos.

Na verdade, os únicos ruídos eram seus próprios movimentos no mato, sua própria respiração irregular e inconsistente, seu próprio batimento cardíaco frenético.

Além disso, silêncio.

Em perfeita sincronia, seu pé esquerdo se alojou sob um galho surpreendentemente substancial, fazendo-a cair sobre ele.

Sua canela bateu no galho e, na quietude, ela ouviu o estalo surdo do osso contra a madeira.

Ela soltou um "Ah!", se entregando.

Mas em todo esse silêncio, quem ainda poderia estar tentando encontrá-la?

Muito cedo para esse pensamento.

Uma crise. Um barulho de esmagar de folhas, de muito perto. O esmagar das folhas sob um pé grande e pesado.

Quase certamente não um pé humano.

Então outro. O outro pé.

Então novamente.

E de novo.

E de novo.

Taylee não podia se mover. Sua canela doía, e seu pé ficou preso sob o galho. Tudo o que ela podia fazer era não xingar em voz alta.

A coisa a tinha seguido.

A coisa estava vindo.

A coisa estava aqui.

Ela deu um puxão selvagem, mas seu peso não se deslocou para frente. Ela permaneceu ali.

Presa. Paralisada.

Como se o medo não a tivesse paralisado o suficiente.

Onde, oh, onde estava sua forma de loba?

Esmagar de folhas. Esmagar de folhas. Esmagar de folhas.

Agora é o momento, loba! Agora é a hora!

Esmagar de folhas. Esmagar de folhas. Esmagar de folhas. Esmagar de folhas.

Mostre-se! Defenda-se!

Ela até tentou fechar os olhos para desejar que isso acontecesse.

Mais barulho.

E ela ainda era humana.

Sons de grunhidos. De arrastar. Um farfalhar de pelos.

Mas não pelo de lobo. Claramente, essa criatura se portava de maneira diferente de um lobo.

Seu físico era diferente.

Taylee forçou sua memória.

Aquilo era um animal? Um animal genuíno, real e não mutável?

Seria assim que sua vida terminaria?

Um grunhido.

Oh, não.

Com outro esforço pesado, quase louca de pânico, ela se virou parcialmente para que pelo menos ficasse de frente, evitando um bocado de terra.

E nesse movimento simples, ela ficou cara a cara com seu seguidor.

Um urso.

Um grande urso preto, maior do que qualquer coisa que ela já tinha visto, parecendo eclipsar todas as árvores ao seu redor, de pé sobre as patas traseiras. Elevando-se sobre ela, na verdade.

Sua mandíbula estava frouxa. Felizmente, ela não podia gritar. Mas ela também não podia fazer mais nada.

Qualquer coisa, isso é, além de olhar impotente em seus olhos. Os brilhantes olhos dourados que se fixaram nela.

A consciência a apunhalou novamente — consciência de sua quase nudez, sua terrível vulnerabilidade, o sangue em sua pele que não poderia ser dela. De quem era, ela não tinha a mínima ideia.

Tudo isso corria em seu cérebro enquanto ela segurava o olhar do urso. Seus pensamentos iam para lá e para cá como um tornado.

O urso, ainda nas patas traseiras, deu mais um passo para mais perto. Taylee sentiu-se cair para trás.

E ela se preparou para o fim.

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